A menina das chaves

Me fascina o fato de  meus sonhos sobrevoarem as bordas da minha inconsciência, com um desprendimento do chão e da realidade ao qual eu,  desperta, invejo. Algumas vezes me lembro da viagem, o que  de algum tempo para cá me fez criar o costume de ter lápis e caderno perto da cama sempre. Vale a pena serem lembrados...De fato minhas ilustrações surgiram daí, num desses sonhos esquisitos. Estava vivendo um momento no trabalho muuuuuito pesado,  desregrado e que me sugava todas as energias, estava quase a beira de um ataque de nervos, sim...estava sim! O lado compensador ( além de trazer para perto de mim pessoas ma-ra-vi-lho-sas que desde então vivem no meu coração) veio junto à uma onda criativa de traços e rabiscos que não havia, até então, ousado provar no papel, nem na escola, no intervalo de aula, nem em casa, nem na universidade, no trabalho, nada! Talvez se escondessem nas notas do meu piano, talvez na minha fascinação por livros, pintura, ilustrações, natureza, comida, sei lá.

Tudo começou com um sonho agitado e um bom conselho de uma boa e grande amiga.

Era eu, um jardim, uma festa estranha, com gente esquisita. Personagens conhecidos em corpos desconhecidos. Uma mistura de idas e vindas, um piano que tocava blues e uma senhora que chega no jardim dirigindo uma moto, sem capacete e derrubando mesas e cadeiras. Cria um tumulto sem tamanho, vinho no colo de um, comida no cabelo de outra. Barcelona ressurge de repente, quando tento me afastar daquela zona geral. Estou em pleno Raval, agora em bicicleta, rápido, rápidíssimo. chega um policial e me para ( claro! só eu na realidade levei 3 multas por passar o semáforo vermelho em Barcelona de bicicleta!!). Conversa vem, conversa vai...ele querendo me multar, eu dizendo que não era justo , que estava fugindo de um assaltante, enfim! Alguém traz um pedaço de pizza para ele e eu escapo! Agora já caminhava, sem bicicleta, começo a sentir uma dor na garganta, faço um esforço e começo a tossir forte, cai no chão uma chave, o incomodo continua,  e tiro outra chave da minha boca e mais outra e mais outra...Acordo!

Sem tirar nem pôr, me lembro de todos estes detalhes. não sei bem como Freud explicaria este sonho, teria curiosidade em saber, rs.

Conto o sonho para minhas amigas do trabalho e é quando a Jú Zaroni ( vejam o post que fiz quando desenhei na parede da sua casa ) me diz: - mas isso aí Maria merece um belo de um desenho !!!

E deste pitaco improvisado, saiu este desenho...meu primogênito de uma longa série. Tímido e simples, e que eu amo de paixão!

Obrigada Júúúú! Olha só o que você aprontou !!!




1 comentários:

  1. Maravilhaaaa nem a mãe sabia de todos estes detalhes...amei....bj

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